sexta-feira, 1 de junho de 2007

Vida [Su]real - Take 2

A primeira lembrança era o aeroporto, prestes a embarcar. Se houvera alguém ali antes comigo, isso não ficou guardado... Deixando pra trás todo um mundo para um lugar desconhecido, mas a ansiedade era algo bom.
Durante o vôo, poucas horas de sono e muitas de expectativa. Lá chegando, tudo era diferente de tudo que jamais conhecera. As pessoas, evidentemente, ainda mais. Frias, talvez. Algumas informações conseguidas com a língua mundial e me locomovia para o lugar onde todos estariam. Era um dia de festa, semanas de festa na verdade. Turistas de todos lugares me faziam companhia e ao mesmo tempo me confundiam os julgamentos. Talvez fosse bom...
Passados alguns percalços com pessoas bêbadas e efusistas ao extremo, novamente seguia em busca de outros lugares. Os ônibus já começavam a parecer comuns, escolhido o destino eu seguia. Rodei por muitos chãos diferentes, sempre tentando traçar, na minha cabeça, um perfil 'automático' das pessoas que ali estavam, bem como já tinha feito muitos anos antes aqui na terra-natal. Surpreendia-me a capacidade de me virar, sendo que nunca havia sido testado em condições tão... solitárias.
Buscando cada vez mais o lugar onde as pessoas estavam, cheguei ao lugar exato. A semelhança com a megalópole da paulicéia era notável, porém era como fosse centenas de anos mais antiga. E de fato, era.
Aquele lugar, sim, parecia ser o que procurava. O frio não se importava com isso e obrigava aqueles que lá desfilavam a usar todas as suas armas. Não poderia deixar por menos, mas de longe poderia notar que eu não era dali. E foi num lugar assim que parei, não saberia dizer por quê, mas ali se deu o clímax: um parque gelado, uma pista de patinação, e muita gente rindo e falando diversas línguas, que aos ouvidos misturavam-se como numa gigantesca Babel, ainda que o rinque não tivesse mais que alguns metros de diâmetro...
Alguns passos segurando-se para não cair, tirando ao máximo daquelas palavras estranhas um significado. E tudo ali se completou, o que havia passado era tão importante quanto aquele momento. Mas naquele momento, já não era mais tão cruel assim o que havia passado. Eu estava ali, no meio da confusão, no olho do furacão. E tudo terminou num êxtase silencioso, contido na euforia de falar sozinho na própria língua de origem...

Era [apenas] um sonho...

Um comentário:

uma pessoa aleatória disse...

cara, como assim ? onde vc estava afinal ? hahaha

esse não é continuação do outro, evidentemente, né ?