quinta-feira, 21 de junho de 2007

Incursão Hospitalar

Não há escolha para estar neste lugar. As vezes as coisas acontecem pra nos lembrar de que nossos belos e singelos corpos também são ao mesmo tempo muito frágeis. Após o susto inicial de um enfarte, exames, mais exames, UTI, e finalmente o quarto. Segunda tem o cateterismo. Depois disso, se tudo estiver bem, observação, quarto normal e casa. E a partir daí, vida nova...
Primeira noite como acompanhante. Dormir é o de menos, existem outras preocupações em mente. Felizmente o pior passou e agora é esperar. Cochilo na poltrona, paciente tomando remédios, desço à lanchonete beirando 1 da manhã pra comer algo. Passeando novamente por corredores de hospital, não tem como não vincular as lembranças... Um lanche, água, e café. 1 da manhã e café?.. Ah, comigo não faz efeito mesmo!..
Então de volta ao quarto. Paciente com sono, ajudo a subir na cama, repouso. 1 da manhã e dormir?.. Não vou conseguir de jeito nenhum... Então livro debaixo do braço, garrafa d'água na mão e o sofá da Enfermaria está estrategicamente ali perto do quarto. Ficarei lá então. Sentado, livro em mãos... E os minutos passam até que rapidamente. Sono dá sinais, mas não suficientes pra uma noite. 2 horas de leitura, passear um pouco então?
Livro na mesinha, paciente dormindo bem. Pego a blusa e vou dar minhas voltas então.
Corredores de hospital. Quase sempre iguais, largos, com quartos dos dois lados e a Enfermaria no final do corredor. Tudo aqui tem tons de verde, deve ser por isso que gostei... Hospital agradável, bem construído, pessoal atencioso... Estamos tranqüilos quanto a isso, felizmente. Corredor vem, corredor vai, hospital é sempre frio de madrugada. Vestir a blusa então. Não há muita coisa pra se ver quando há muitas entradas 'restritas para funcionários' e você não é mais um funcionário... E as lembranças são das madrugadas voluntárias que passei em outro hospital, onde todas as entradas eram permitidas, os corredores todos conhecidos e o ambiente hospitalar era mais como uma casa do que trabalho, propriamente dito. Lembrança de tudo, dos óbitos, dos procedimentos... Saber o que vai acontecer em seguida nessas horas é muito bom.
Parando na recepção central, onde já estive naquele outro lugar, sento em uma das cadeiras vazias daquele horário. Por ali só 2 recepcionistas e um ou outro funcionário que passa pra espantar o sono da noite. Na tv um filme duvidoso mas interessante... Acompanhar até o fim, então...
Filme terminado, já passa das 4. Melhor tentar deitar.
E as 7 estamos de pé. Quem disse que era uma excursão?

Um comentário:

Anônimo disse...

Espero que acompanhante e paciente estejam bem.