terça-feira, 19 de junho de 2012

Sobre cultura pop [e amadurecimento]

Quem sabe o que procuramos -eu, tu, eles, nós- esteja ali, além do horizonte. Em Emmerald City, no Planeta dos Macacos, na Terra Média, a Ilha de Lost ou em algum lugar muito, muito distante [em uma galáxia igualmente distante]...

Quem sabe o que procuramos esteja além da tela da tv 20 polegadas que mal sintoniza o velho video-game. Aquela velha Telefunken que muito foi útil pra nos transportar para o mundo de Mario [sim, nós conhecemos o Mario]!
Quem sabe a Green Hill Zone seja mesmo o lugar ideal, ainda que para isso tenhamos que libertar animais indefesos de trabalho forçado.

Quem sabe todos venhamos a ser o agente 007 quando crescermos, Bond, James Bond, a serviço de Sua Majestade, com licença para matar, martini batido, não mexido. E claro, as Bondgirls...
Quem sabe todos possamos sair cantando e dançando na chuva pela alegria genuína de estarmos apaixonados, só de estar presente ali, na rua onde você vive...

Quem sabe o mundo ainda será compreensivo e repleto de amor como pedem as músicas dos Beatles, e as paisagens sejam coloridas e repletas de pessoas felizes como no livro em que temos que achar Wally [Waldo?].
Quem sabe os únicos invasores do nosso mundo sejam os alienígenas do Atari... Dos quais podemos tirar um descanso apertando reset e mudando para o simpático e saltador Pitfall.
Quem sabe o mundo seja mesmo uma floresta imensa com céu azul e mundos submarinos [e até extraterrestres] exploráveis. Seja em 8 bits ou em 3D...

Quem sabe a vida seja como uma tarde em Itapoã, ao som do mar Itapoã, como aprendi desde pequeno ouvindo os discos -sim, cd's não existem, o vinil reinará eternamente neste mundo- dos meus pais, tios e primos. Deitado em uma rede, se concentrando excessivamente no ato de não fazer nada.

Quem sabe a nossa juventude não seja mesmo uma banda numa propaganda de refrigerantes, e os mapas do acaso estejam escondidos nas entrelinhas do horizonte. Quem sabe, talvez. [HG vai me perdoar pelas citações. Vai?]

Quem sabe nós mesmos deixamos escapar as pequenas alegrias em cada suspiro, em cada pedra movida do meio do caminho. Um Peter Pan dentro de cada um.

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