Mostrando postagens com marcador Conclusões. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Conclusões. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 5 de março de 2009

Ela

Está além do olhar
O semblante uníssono de beleza
Que sem exageros pode ser comparado à perfeição
Pois quem diz que esta é inatingível
É porque ainda não a conheceu
E de fato, muitos jamais conhecerão
Do brilho dos olhos ao rubor do rosto
Centrados pelo sorriso
Nada há para se criticar
E então, admiro
A ponto de perder as palavras
Ou enxergá-las todas numa nuvem
Passando rápido frente aos olhos
Que deveriam escolher o melhor adjetivo
Tarefa impossível
Mas talvez eu seja mesmo um privilegiado
Há os que não têm nem ao menos
Algo em que se inspirar

O trago/A janela

A janela aberta
Noite adentro
A rua acordada
Me chama, me atrai
Me condena
O retrato virado pra baixo
É o imã que me puxa
E me repele
A calçada que devora
A borracha do meu tênis
A mesma de ladrilhos
Que eu me fixo a olhar
Sem razão
Um café, dois cafés
Troco por um trago
E mais um trago, por favor
A fumaça que não é minha
Preenche o ar
Penso se não é melancolia
Ou ser patético
Aqui estar
Bobagem
Somos todos apreciadores das horas
Em que não se é preciso falar
Para querer dizer algo
E fadados às olheiras
À vontade de não dormir
E fazer desse escuro
E das luzes artificiais
Um refúgio
Imunes à banalidade do dia
Das conversas no celular
E das discussões de sentimentos
Por isso, por favor
Mais um trago
Enquanto a janela ainda está aberta

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Idéia

Não duvidar.
Agarrar-se às idéias como se fossem a própria musa.
Deixar o mundo se mover, insano
Perder-se pelas janelas
E encontrar as palavras na roleta.
Deixar que olhem estranho
E estranhar a falta de interesse de todos.
Decorar o ritmo que imprimem
E destoar do mesmo apenas por transgredir.

Anotar na memória não as palavras
Mas as impressões.
Usá-las como o pintor com a tela em branco.
Lembrar, sempre, o que se quer contar.

Querer construir o mártir
E se contentar com o fora do comum.
Querer construir a musa
Achar a perfeição em cada uma delas
E querer morrer por ela, se existir.

Juntar tudo na mente
Que registra milhares de informações.
Esperar então que saia algo disso
Registrar finalmente as idéias
E corrigí-las, pouco a pouco
Fazendo das idéias, arestas.
Aparando e criando
Destruindo e desistindo

E ao final
Não querer mudar uma vírgula.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Acerca do tempo

Pra quem cresceu com a chamada Síndrome do Patinho Feio, é uma virada e tanto se descobrir no lado oposto. Nem Cisne, nem Patinho Feio. O processo, é verdade, é longo e caminha junto com o amadurecimento [se bem que este acho que nunca cessa], e pelo menos no caso desse humilde narrador, não foi forçado.
Fluiu com os anos, pós-colegial, faculdade, viagens da faculdade, estágio, grupos sociais, primeiro emprego, etc... E com as fases muitas mudanças de visual e de caráter. Forçadas ou não, mudanças são mudanças e são sempre para melhor. Caso contrário, era só voltar até a anterior, como se retorna um jogo salvo após morrer, e fazer o certo desta vez. E assim fui levando os meses.

Pois quando se pára pra pensar, não é que agora estou no olho do furacão?

Claro que não era só coisa da minha cabeça, coisas de adolescente. Era um todo, acho que todos passam um dia pela fase de 'rejeição', tentam ingressar em certos grupos sociais para ter aceitação, e assim conseguir um reconhecimento. No meu caso tudo foi mais difícil, sem fazer drama de Cinderela no porão, por motivos que não vou dizer agora.
Mas sempre havia mais expectativas sobre mim do que eu mesmo podia captar [e olha que inteligência é algo que se desenvolve plenamente apenas depois do colegial, tenho certeza disso!]

Pois então, depois de conseguir a aceitação o próximo passo seria o mais difícil. O de ser querido dentro do grupo. Ser aceito é uma coisa, qualquer um pode ser aceito em qualquer grupo, desde que saiba o que está fazendo e se sujeite a isso. Ser querido não, é algo mais profundo, que envolve X questões muito mais profundas e difíceis de se debater!
Já que a tal Síndrome do Patinho Feio era algo que sempre perseguia, não era nada fácil ser querido por um grupo, por alguém. E de tanto martelar isso acaba entrando na cabeça. E cresci, então, admirando ideais românticos da turma de Álvares de Azevedo, com seus ultra-romantismos exagerados [não é redundância do texto, eles eram demasiado exagerados mesmo nos seus delírios românticos] ou então das Novelas de Cavalaria, em que os heróis cavaleiros sempre tinham uma milady Guinevere para salvar.

Portanto, além das síndromes e das idéias 'embutidas' pelos comentários alheios, pesava também o fato de crescer acreditando em algo que de fato não existe, a não ser em delírios de poetas bêbados que não gostavam das suas aulas de Direito...
Realmente muita coisa para a pobre mente de um jovem confuso e magricelo. Ainda bem que essa era a fase de se perder por aí até descobrir de fato quem se é. E isso ainda demorou a ocorrer.

Pois bem, as únicas coisas certas na vida são que o tempo passa e a morte chega. E o tempo passou, naturalmente, oferecendo experiências completamente diferentes das vividas antes da 'maioridade', digamos assim. Foi a época de conhecer o máximo possível no menor tempo possível. E, de fato, deve ser por isso que a maioria dos jovens sente falta dessa exata fase assim que ela é superada.
E foi superada. Começaram a aparecer responsabilidades, com elas a esperança de ingressar num mundo novo de pessoas flertando sem se importar em serem mal-entendidas, trocas de números de celular e promessas de romance surgindo. Nesta fase, então, adentra-se à 'pós-adolescência', a vida pré-adulta. E para algumas pessoas o hiato entre uma fase e outra dura bastante tempo...

Já nesta fase as síndromes parecem não importar tanto. Afinal, quem não tenta 'não pontua', como se diz nessa idade. Experiências negativas aqui e ali, sofrimento causado e sofrido, aprende-se bastante. Infelizmente esse é o único meio.
A Síndrome do Patinho Feio começa a se transformar, internamente, na do Cisne que fora pato e que jamais quer voltar a sê-lo. Pois então ele investe em si próprio, no caso deste narrador, mais em auto-propaganda propriamente dita, e pensa que agora sim está pronto, que aprendeu de tudo.

Mas ora, quem acha que aprendeu de tudo é porque não viu nada ainda! E então seguem mais desastres, que impõem lições a serem aprendidas. O jeito é aprender para não repetir.
E o cisne que fora pato vai fazendo uso de suas asas. Adquire novos conhecimentos, agora não só em vivência como também em cultura. Deve ser normal da idade ou do amadurecimento fugir do comum para buscar o prazer em pequenas coisas. E aquilo que até 3 ou 4 anos antes era diversão agora se traduz em martírio! Por isso, então, jamais amaldiçoe algo, pode virar-se para você quando menos se espera.

Agora o cisne é pesado demais para voar, e suas responsabilidades pesam em suas costas, não lhe permitindo vôos longos. Já não era, por dentro, um cisne, muito menos um pato. Agora então, um pássaro?
Sim, aprendera a se desprender do peso, manipulando-o. Se as responsabilidades são pesadas demais, dá-se total atenção a elas, abdicando do resto. Se não, pode-se exercer o tempo vago para refletir e reavaliar os conceitos acerca de suas 'ex-síndromes'.
E o que vosso narrador fizera?

Bem, não mais pato, nem cisne, mas pássaro. E agora sem síndromes. Nada de achar que tudo antes fora inválido ou inverdade. Tudo fora um caminho para que hoje o pássaro se tornasse admirado, querido. De fato, conseguiu, em algumas doses.
Mas agora esse pássaro aprendeu a voar, tomou gosto pela coisa, e já não pertence a mais ninguém, apenas se pertence. E justamente agora que poderia tomar proveito dos benefícios que ser um querido pássaro proporcionam é que ele quer voar, ser livre, não estar amarrado nem [pelamor!] engaiolado. O pássaro agora quer apenas voar tranquilo e só, consciente dos seus erros e percalços e sabendo que é até cruel ignorar a natureza, que lhe ordena fazer o que é normal, procurar membros femininos da sua espécie.

Este pássaro aprendeu a se soltar das síndromes e dos rótulos, e quer apenas voar.


[Nota do E.]: Este texto explica o novo título do blog... Inteligente sim, pseudo-cult e esnobe talvez. Um tanto blasé... Pero no mucho!

sábado, 30 de junho de 2007

Rumo ao sul

post scriptum...
-


[diário de viagem de um louco]...
Epílogo


E o que ficou? Esta seria a pergunta que ficava martelando na cabeça nos meses seguintes, pelo menos nos quatro ou cinco... Logo depois da volta tudo mudou, virou de pernas para o ar. Os dias que se seguiram passaram penosos, o aniversário chegou, a sensação de ficar mais velho só piorou as coisas... Encontrando-se em uma encruzilhada a solução é tomar o caminho mais lógico, e seguir...
E seguindo os dias foram passando, as semanas, os meses... Os estudos voltaram a ser importantes, ocupando o tempo e até mesmo divertindo. Mais tempo passando, mais amizades, mais distração... A cura se faz por si próprio.
Muitas das palavras que seguiram de ambos os lados seriam motivo de arrependimento depois, mas nessas situações o melhor é falar, gritar, brigar com o mundo para pedir desculpas depois. É assim que as coisas funcionam e as relações se fortalecem. Agora eu sei bem...
E mais meses se passando, chega o momento de expor as idéias, transmitir os pensamentos pra que, quem sabe, eles semeiem algo em alguém. E que idéia melhor que um diário de viagem?!
Então dedos no teclado, vasculhando a mente [as vezes com ajuda do I-doser] para lembrar de cada detalhe de cada dia... E tudo foi fluindo... E a aprovação que eu mais precisava, eu tive... Ótimo, tenho que fazer disto o melhor possível!
E passados todos os sentimentos que prejudicariam minhas conclusões, o que posso lembrar, e dizer, são as memórias de um jogo do México deitado numa cama com pessoas rindo ao meu lado, das mãos dadas o tempo todo, das dezenas de amigos e pessoas inesquecíveis que pude conhecer, quando cheguei a pensar um dia que nunca chegaria até lá, do frio diferente do daqui, das longas caminhadas e do conhecimento que tudo aquilo me trouxe, da independência de estar, pela primeira vez, andando com as próprias pernas, lembranças de um jogo do Brasil acompanhado de pizza e muita zoação, das diversas casas que conheci e me receberam como se eu fosse dali, do nascer do sol refletido no Guaíba no dia da chegada, bem como os pilares da ponte que denuncia a chegada a Porto Alegre se aproximando na chegada e ficando pequenas e distantes na partida...

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Rumo ao sul

Agora, os últimos dias...
-


[diário de viagem de um louco]...
parte final


O domingo era dia de formatura de alguns conhecidos. Tarde cinzenta, talvez solidária aos meus sentimentos, agora que me acostumava e já teria que deixar tudo pra trás. Vestido mais formalmente, pé na rua até a casa dela para irmos juntos. Lá chegando, retoques finais em sua maquiagem e algumas fotos das quais me orgulho...
Para o teatro, aonde eu conhecia muito poucos dos que lá estavam. Mas era a hora de 'não agitar' tanto quanto nos últimos dias. Mais observei do que falei, tentei deixar todos o mínimo desconfortáveis possível, já que era um estranho no ninho. Acho que consegui.
Terminado aquele momento de alegria -que tenho de reconhecer, deve mesmo ser muito celebrado- andando então até o Q.G., ficando algumas horas por lá, na companhia de séries de tv e daquela certa melancolia de domingo a noite, agravada por ser a véspera da partida.
Horas passando. Agora eram escassas. Até chegar perto da meia noite e combinar o dia seguinte.
No hotel, recolher as coisas, arrumar a mala. Ligação pra casa. A gripe que me acompanhou a semana toda ainda é forte. Mas tudo agora são pormenores. A cabeça já pensa automaticamente no 'daqui pra frente'... Incerto, talvez. Esperança, muita!
E como um autêntico presente de despedida, o sol vem se despedir também. Brilha como em nenhum dos 8 dias anteriores. O dia é quente, isso ajuda.
Chegando lá para se despedir, uma surpresa. Um presente muito doce, literalmente. O gosto posso até esquecer, mas o gesto, as palavras e os votos... Jamais. Foi mais que uma peregrinação, foi auto-ajuda.
Até a cidade então para comprar a passagem de ônibus. No caminho, o presente da segunda-feira anterior veio como uma despedida. E como na segunda anterior, alguns momentos no banco da praça, pra dar uma vista geral daquilo.
Quase não consigo a passagem, que sorte. 19 horas parto, 23 horas o vôo... Dá tempo de voltar, comer algo rápido, passar no hotel, fazer check-out e pegar a carona até a Rodoviária. Tempo em cima.
E alguns breves momentos de despedida, agradecimentos por tudo. Um abraço, mais algumas curtas palavras, uma promessa que mesmo agora não perdeu o efeito e a janela do ônibus. A cabeça pensa "diga até mais, mesmo se for adeus..." mas o sentimento é o oposto. É a certeza de ter deixado algo por ali, ao passo que também levava comigo.
Estrada a noite, os pensamentos são leves, o sono chega. Logo é Porto Alegre e meu roadmovie está quase completo.
Aeroporto, check-in, telefonema pra cá, telefonema pra casa, pronto. Espera e embarque. Assento perto da turbina, dor de cabeça, aterrissagem, Guarulhos. Taxi, casa, 2 a.m, banho e cama. Fim.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Rumo ao sul

Antes, a madrugada que apenas começava...
-


[diário de viagem de um louco]...
parte 7


O frio era de gelar os ossos. As dezenas de cartazes nas mãos indicavam que viriam boas horas pela frente, e o melhor a fazer era espalhá-los nos pontos onde mais chamassem a atenção. Então quase todo poste de quase toda esquina da cidade naquela noite tinha o cartaz da festa do dia seguinte colado. Ao longo do caminho muita conversa e risada pra espantar o frio. Até luva nas mãos era necessário. E as horas iam passando lentamente, ao contrário dos nossos passos rápidos e apertados. Madrugada adentro, por mais fria que fosse era mais uma das inesquecíveis...
E novamente já passava das 5 da manhã. Dia amanhecendo, hora mais fria! Ao término, as tradicionais caminhadas até o Q.G. mais decisões acertadas para o dia seguinte, o dia D.
Volta para o hotel congelando de frio e umidade... Acordar, só lá pra Dez.. Digo, 2 ou 3 da tarde!
Feito então, acordar, almoçar, ir para o Q.G. ajudar a opinar [leia-se 'dar palpite'] na playlist dos dj's e donos da festa... Então tudo quase pronto, levam os equipamentos pro local, cada um pra suas casas se arrumar, e eu para o hotel ver se as pilhas carregaram, escolher o casaco da noite e sair. Acho que escolhi uma blusa muito fina...
Passando pela porta, algumas pessoas bebendo antes de entrar, dou um pulo lá dentro pra ver como estão as coisas. Dali um pouco as músicas começam a tocar e todos entram. Música boa faz isso sozinha! Que comece então, a festa tão esperada!
A partir daí os tragos ajudam a entrar em transe e todos se animam, o local se torna quente, alguém me revela uma agradável surpresa... Tudo vai maravilhosamente bem.
E as horas passam, os dj's se alternam e mesmo com algumas pessoas mugrando no meio da madrugada, a chuva torrencial chega lá fora, trás todos novamente pra dentro e aquilo tudo se infla novamente. No meio de tudo os flashes registram tudo o que for possível e as pilhas que não carregaram deixarem. Pausas pra descansar, beber um gole, e recomeçar. Madrugada adentro...
Tão adentro que o dono do local quer fechar. Um desentendimento que quase acaba com a noite e muda os planos para as festas futuras. Talvez mudar seja bom, mesmo eu não estando mais aqui...
Na saída, um pouco de nervosismo, natural pelos acontecimentos. Devia estar uns 3 graus, mais a garoa fina, imaginem a sensação... No meu corpo uma camisa de gola e uma blusa tão fina quanto café mal feito! Isso porque o casaco eu tive que passar a outra pessoa, tremendo ao mesmo tempo de frio e de nervosa. E apesar de congelar novamente ali, estranhamente eu não tremia. Até hoje não sei dizer porque...
Mas, para fechar a noite, a devolução do casaco, e algumas palavras balbuciadas no calor da noite fria e da emoção... Talvez certas, talvez na hora errada. Só o tempo diria. E disse. Demorou, claro, mas este diário não existiria se aquelas palavras naquele momento fossem completamente nulas...
Volta pro hotel então. Agora sinto realmente que as horas passam rápido e que o fim da viagem está perto. Apenas mais uma noite e dois dias...


[continua...]

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Um post 'Ludovico' !

Sabemos que tendo boas influências musicais e literárias fica bem mais fácil escrever algo. E não a toa, desde cedo eu fui rodeado de boa música e literatura. Família rica em todos os sentidos. Da música clássica ao Vinicius de Moraes, do Drummond a Bossa Nova. Só não tive aulas de 'Mutantes' porque eles eram demasiado loucos para os gostos da minha famiglia. E nisso havemos de convir, eles eram mesmo! Mas estou chegando neles através de seus 'influenciados', digamos assim.
Que Engenheiros do Hawaii, através de Humberto Gessinger, são minha influência-mor, isso todos sabem... MAS, desde que conheci esta banda, mais ou menos em 2004, minha vida mudou. Essa banda se chama LUDOV.
Não seria útil eu descrever a história da banda, afinal a mudernidade ta aí pra quem quiser... Agora, que banda do caralho!
Foram ganhando admiradores no underground paulistano. Quando lançaram o 2º cd foi algo arrebatador. É daquelas bandas que se você perguntar pra várias pessoas muitas não conhecerão. Mas se você perguntar pra quem conhece, com certeza essa pessoa te dirá que a banda é sensacional.
E por que arrebatam tanto? É simples. Letras muito bem construídas, poesia, prosa ou verso, com melodias agradáveis pra qualquer momento, e logo se tornam viciantes. A vocalista Vanessa Krongold tem um talento vocal e de simpatia comparáveis a sua beleza... E os letristas Mauro Motoki e Habacuque Lima fazem cada vez músicas melhores, as vezes junto da vocalista. O resultado é algo que te deixa flutuando, perdido nos pensamentos que as letras trazem. Letras muito bem escritas, mas ao mesmo tempo simples.
Ludov é daquelas bandas de você querer parar o mundo pra ouvir. E se você não puder parar o mundo, vai conseguir, no mínimo, abrir um sorriso aberto no rosto enquanto ouve. Se o mundo estiver frenético você terá a sensação de flutuar, sentirá vontade de cantar a plenos pulmões esteja onde estiver. E se estiver no sossego, terá vontade de deitar olhando pro teto e imaginando mil situações, acontecidas ou não.

Pode ser só a minha opinião, mas Ludov dá barato melhor que I-doser!
E melhor eu parar de falar e deixar a cargo de vocês ouvirem ou não...


site da banda: http://www.ludov.com.br/
letras: http://ludov.letras.terra.com.br/

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Rumo ao sul

Na última parte, a hora do jogo...
-


[diário de viagem de um louco]...
parte 5


Muita tensão e pouco futebol. Pelo menos a companhia era agradável. Se não valeu pelo jogo, valeu pela bagunça... E depois, mais alguns momentos tranqüilos, mp3 player compartilhado a dois até quase cochilar no sofá...
Depois, então, mais caminhadas até a casa de outros amigos. Parando pra ver tv, falar besteiras e comer mais um pouco... Haverá uma festa essa semana, então há várias reuniões pra definir as músicas e como será feita a propaganda.
Então sentam-se todos numa cama, outros na poltrona... A distração é Guitar Hero, viciante! Aquelas músicas já grudaram na cabeça, ajudando a formar a trilha sonora da viagem...
A despedida hoje é um pouco mais tarde. Amanhã é véspera de feriado, dia que todos ficam na rua... Até a manhã seguinte. Então uma caminhada tranqüila de volta ao hotel, e os planos pra longa noite de amanhã...
Dia seguinte, o sol da tarde ajuda no frio, mas as conseqüências daquele chuveiro frio e da umidade desse lugar já fizeram efeito... Gripe. Nem a rinite, nem a sinusite. É gripe mesmo, das fortes... Lenço no bolso e vamos pra rua então!
Mais uma reunião e fica decidido como serão os cartazes e flyers da festa. Divulgação só amanhã, porque hoje é dia de todos irem aos botecos beber e falar besteira. Já não era sem tempo!
A noite então, se encontram na casa de alguém e vão todos juntos. O lugar é famoso, há tanta gente que a maioria prefere ficar do lado de fora mesmo, em pé, encostados nos muros ou sentados nas altas calçadas. Conversando, me divertindo, e por que não, tomando uns tragos também!
Conhecendo mais gente, vendo quem eu não via desde a chegada, o frio já nem importa tanto assim! Vou lá dentro pegar mais cerveja pra todos então... Mas a cerveja acabou?.. 'Vamos comprar no bar ali do lado então', dizem os que estão habituados com o lugar... Eu concordo, compramos mais bebidas e continuamos as conversas. Mas, na falta do líquido dourado, o boteco fecha cedo... Que fazer?.. 'Bom, vamos dar umas bandas até a avenida', sugere alguém ali... Então vamos todos, um grupo de jovens 'pensando bobagens, bebendo besteiras', mas nem tão bobagens assim! Ali, talvez a experiência mais rica de intercâmbio com o pessoal de lá: enquanto seguem todos andando, bebendo [e alguns fumando] pra espantar o frio, discussões sobre a sociedade em geral, músicas, comportamento... E em especial o nosso ídolo em comum, Humberto Gessinger, que profetiza suas palavras na forma de músicas, e nós o seguimos, olhando o mundo de forma diferente do resto... Aquela noite pode ter acabado, mas aquele momento foi eterno. A leveza de se sentir em casa em ruas tão geladas, mas cheias de calor e companhias agradáveis. Tudo isso dava um gosto de 'quero mais' no meio da viagem, e ao mesmo tempo uma impressão do que seria deixar tudo isso pra trás...


[continua...]

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Textos antigos: "Cidade Grande p.m."

Eis a segunda parte... Se completam...
-


Cidade Grande p.m.

Não é o cansaço pós-almoço
É a tarde lenta, é o dia lento
Não é o sol descendo
Por trás dos prédios no fim da tarde
Não é voltar pra casa
E encontrar o silêncio
É a casa ficando escura
Um cd tocando solitário
A vontade de sair um pouco

Não é sair com alguns trocados no bolso
Até o bar da esquina mais próximo
É o gole de cerveja
Cada vez mais amargo sem o seu riso

É você não comentar
Do meu corte de cabelo a noite
As paredes não ecoando
Nossa conversa, cada um em um cômodo
É a gente não fazendo planos
De viagens, do casamento, dos filhos, do futuro
É a gente não se abraçar
Namorar por horas que são escassas demais
É a gente não olhar o outro
E não precisar dizer nada
Não irmos dormir juntos
Quando chegar a meia-noite
É a falta de você


T. 19/10/2004

Textos antigos: "Cidade Grande a.m."

Estes são meus 'bebês', os dois dos quais mais me orgulho de ter escrito...
E surgiram prontos, só transcrevi pro papel, sem computador, sem sono, sem muita coisa pra fazer na época...
Espero que gostem!
-


Cidade Grande a.m.

Não é dia ainda
Tampouco é noite
Os pássaros vêm à janela
Para nos acordar
A cidade no seu movimento contínuo
Começa a se encher novamente
Um café forte, uma chuva fina
O céu escuro e cinzento
Numa manhã de Primavera que conserva
A tristeza do Inverno
Não fosse pelas árvores verdes
E flores que voltam a aparecer

Não é a casa vazia
É uma pessoa solitária
Olhando pelo vidro embaçado
O amanhecer frenético do mundo
Um mal necessário
É uma foto tirada
Com um fundo em movimento
Sem opção, apenas uma pessoa
É o meu lugar vazio, quase sem vida
Hora de cuidar das plantas, depois sair

Não é seu travesseiro intacto
No seu lado da cama
É a sua falta à esse lugar
A incerteza de que irá voltar
Não é a tv falando sozinha
É a poltrona sem vestígios de ser usada
Não é o ar poluído, não é o barulho
Entrando pelas janelas
É a sua voz que não se ouve mais
Por aqui, ultimamente

Não é a pressa de sairmos
Juntos, para ganhar o dia
É a lentidão com que tudo funciona
Não é a longa madrugada
É olhar para o teto e falar sozinho
Não é depressão
É só a tristeza de você não estar aqui
Não é o ritmo lento da manhã
É o pensamento em uma só coisa
Pessoa, tempo e lugar

T. 19/10/2004

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Rumo ao sul

na primeira etapa da viagem, vosso narrador contou como foram os preparativos, a noite antes da viagem e a primeira etapa dela, até cair no sono já na manhã seguinte...
-

[diário de viagem de um louco]...
parte 2


O sol batia caloroso através da janela do ônibus. A janela entreaberta deixava passar apenas o vento suficiente para não causar estardalhaço. O cochilo valia pela noite mal dormida, e o sol pelos dias cinzentos de outrora. A viagem de mais ou menos 3 horas até que passara rápido. Logo se aproximava a entra da cidade, a feira de doces, a rodoviária. Bem-vindo a Pelotas. A mesma cidade famosa por outras questões, e eu estava ali, curiosamente...
O ônibus estacionava, e eu arrumava minhas coisas para levantar, procurando do lado de fora por alguém que do lado de fora procurava por mim, lá dentro. E os olhares se cruzaram rapidamente. A ânsia de descer de lá era algo interminável. Chegada a minha vez no ônibus semi-vazio, a primeira coisa a fazer foi o abraço, tão sonhado! Ao lado uma amiga, devidamente apresentados. Recolhi a mala, esperamos mais um amigo chegar, procuramos o caixa eletrônico novamente, pegamos todos o táxi rumo ao hotel.
A cidade que se apresentava me parecia confortável e tranqüila, ótimo. As ruas de paralelepípedos, largas, eram muito diferentes das paulistanas.
Chegando ao hotel, o rápido check-in, sobem todos para o quarto e eu organizo por lá minhas coisas. Não poderia faltar, claro, a ligação para os pais. Feito isso, estava pronto! E fomos todos à casa dos amigos que ficava ali do lado. O programa era a Copa do Mundo, fervendo!
Uma pequena bagunça naquele quarto pequeno e colorido, de paredes com assinaturas de amigos. Claro, deixei a minha lá também.
As mãos dadas, o computador ligado, as músicas se alternando com as risadas, o jogo ali era a última coisa que importava!
Eram novos e bons amigos, e tudo ali era muito agradável...
Acabado o jogo, a noite se aproximava, mas a diversão não mesmo. Outra casa de outra amiga, um belo jantar, pizza até todos se entupirem, o computador ligado em outro cômodo com outras vozes, e finalmente o repouso no sofá. As mãos mais próximas, os corpos mais quentes, as bocas mais perto... E veio o primeiro de muitos durante aquela semana...

[continua...]

Mudernidade

[pedindo licença para a autora da interjeição do título]...

No dicionário, temos como mais perto de 'modernidade':


modernice s.f. 1 Apego exagerado a coisas ou idéias modernas. 2 Mania de querer passar por moderno.


E para nós, seres humanos do século XXI, dotados de polegares opositores e o chamado 'livre arbítrio', mudernidade vem a ser algo muito comum, caminhando próximo com a modernice.
Hoje tudo está na rede. Quer achar um endereço? Sites de mapas temos vários. Quer fazer uma pesquisa? Wikipedia está lá maravilhosamente nos esperando. Quer achar sites com conteúdos específicos, ou mesmo aquele poema que você não acha mais porque seu livro do colégio está perdido em algum lugar do passado, Google nele!
É tudo tão fácil que chega a ser ridiculamente preguiçoso. Graças ao bom Deus nos meus tempos de colégio o Google ainda caminhava, pois assim aprendi que trabalho escolar não é ctrl + c, ctrl + v e ctrl + p... Há até poucos anos atrás aprendíamos a pensar, hoje aprendemos a pesquisar e copiar, e os microssegundos que a pesquisa dura dão uma noção do 'orgasmo intelectual' que é procurar algo na rede... Hoje há de tudo, até em exagero. Muito exagero, por sinal. Nos meus tempos de colégio sofríamos de escassez de informações na rede, assim tínhamos o hábito de pegar livros na biblioteca [ah sim, na faculdade também, mas nela havia a desculpa dos conteúdos serem extremamente específicos...] Hoje não, sofremos sim pela superabundância de informações. É tanta coisa em tanto lugar que separar o joio do trigo não é pra qualquer um...
E isso se levarmos em conta apenas a esfera de conteúdo 'útil' da rede, pois o inútil é amplamente maior [redundantemente dizendo]. Programas dos mais diversos, cada um pra um tipo específico de ação. Quer baixar músicas ou vídeos? Há um programa. Quer proteger o computador? Existem vários tipos de programas, do antivírus ao firewall... Quer se comunicar? Nossa, programas de mensagens instantâneas são cada vez mais diversos e multifuncionais... Faz- se de tudo para que você não saia da frente da tela por um minuto. Jogos, conversas em vídeo, áudio, manuscrito, chats... Se duvidar logo vai ter como mandar sinal de fumaça por eles!
[E vejam bem, ainda nem falei dos sites...]
Ah sim, pois bem, os sites. Com a explosão da internet no nosso país, quando a internet gratuita surgiu, eles foram ficando cada vez mais aprimorados. Novas linguagens de programação eram dominadas pelos nossos amigos que identificaram nisso uma boa oportunidade pessoal, financeira, etc etc., com a contribuição, claro, da melhoria gradual nos hardwares dos usuários de computadores. Sites de jogos, enciclopédias virtuais, comunidades mundiais de pessoas, postagem de vídeos, blogs, fotos, etc etc...
Muito bonito e próspero, por sinal.
Mas aí há um pequeno problema, que começou como uma coceirinha de nada e foi crescendo... E crescendo... E logo se tornará um problema de âmbito nacional: nossas redes de telecomunicações, sob raras exceções, são velhas e desgastadas. Alguns muitos lugares do Brasil nem banda larga têm ainda [e vejam bem, nem são lugares isolados.] É no mínimo curioso que no país da urna eletrônica [que já deveria ter sido exportada] não haja uma rede de telecomunicações capaz de dar conta do fluxo de informação que rola na rede. Claro, por isso todos nós temos uma grande culpa, com nossa avidez por nos mudernizarmos...
E nos irritamos a ponto de querer descontar nos nossos 'pobres' hardwares, que nada têm a ver, estão ali se esforçando, como máquinas, para nos trazer tudo que os dedos clicam através do mouse e digitam pelo teclado. É tão engraçado que para dormirmos tranquilos temos que dar um alt + F4 na mente, senão ficamos pensando no que deixamos de fazer na rede no dia que passou...
Para terminar, um ótimo exemplo do que a mudernidade nos traz: o ato de emular [reproduzir com efeitos próximos] as coisas. Começou com jogos de videogames quase extintos, como nosso saudoso Atari, e hoje já emularam até as drogas. E com resultados muito próximos aos reais. [Aí os leitores vão me perdoar, mas eu como bom careta que sou, nunca experimentei drogas ilícitas...]
Mas confio, evidentemente, na descrição de quem já as tomou. E a emulação de sentimentos não parou com as drogas não. Estão indo cada vez mais longe, reproduzindo sensações do big-bang [sim, aquele mesmo que originou o Sistema Solar], de estar sonhando acordado [e eu realmente me senti levitando!], sensações de estar fisicamente com alguém que não está perto de você [e olha que os resultados são bons...], sensações de criatividade e inspiração, e, pasmem, até de orgasmos.
Ahh, essa mudernidade... Eu prefiro ser careta, baixar e-books pra ler, ter conversas com pessoas cults que tenham gostos que completem os meus, passar o tempo a toa pesquisando sobre filósofos dos quais eu ainda não li as obras, ver filmes que me deixem com cara-de-ponto-de-interrogação, e , principalmente, procurar nessas poucas pessoas algo que me inspire, que me incite. E consegui. Obrigado, Srta. autora do termo que eu tomei emprestado! Me deixaste com o ponto de interrogação na testa, hoje.
E, ao elaborar um texto capaz de descrever toda essa mudernização em minha mente, a sensação quando a conclusão deste texto pseudo-explicativo se aproxima, é a de um orgasmo intelectual. Desta vez sem aspas, porque essa é uma sensação que mesmo os brilhantes técnicos do I-doser devem demorar MUITO a conseguir reproduzir...

[Ah, como eu amo a metalinguagem.......]

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Quadrilha [Versão tempos pós-modernos]

Camila, Érika, Karina, Érika, Tássia, Ariane, Luciana, Ana Beatriz, Luciana, Fernanda, Dalila, Nara, Débora, Luciana, Daline, Camila.

Camila foi a primeira que ele apreciou. Depois veio Érika, com quem fazia dupla no colégio. Karina era a inalcançável. A outra Érika mudou de colégio e lhe bateu saudade. Tássia era uma novidade, todos cobiçaram. Ariane foi bem platônico, ele bem que tentou. Luciana foi a primeira a morar longe. Ana Beatriz foi a primeira a ser sério. Outra Luciana foi mais que inalcançável. Fernanda era uma boa amiga. Dalila foi a primeira a arrebatar. Nara era a melhor das amigas de todos os tempos. Débora era doce, mas um erro de execução. Última das Lucianas, acabou virando ótima amiga. Daline foi a que ele mais arriscou. E voltou para a mesma Camila do ponto de partida.

Camila foi pro interior. Érika virou uma amiga ao longo dos anos, e namorou sempre o mesmo. Karina mudou de colégio e de namorado[s]. A outra Érika mudou de namorados. Tássia mudou logo de colégio e de vida, virou uma linda e jovem mãe. Ariane conheceu um rapaz e com ele ficou durante todo esse tempo. Luciana se formou, ficou independente, quase casou mas está só. Ana Beatriz ficou noiva. A outra Luciana sumiu da face da Terra. Fernanda namorou, terminou, namorou, terminou e está só. Dalila noivou. Nara namorou, terminou, voltou, terminou, voltou, terminou... Débora encontrou alguém que lhe fez bem. A última Luciana, também. Daline tocou o barco e também encontrou seu alguém. E Camila... Parece que está melhorando... E vai mesmo!

E ele, disse que não faria mal a mais ninguém, ficou sozinho e bem. Até aparecer mais um nome na história...


[aos desinformados, a Quadrilha original e uma análise dela...]

Eu não vim até aqui pra desistir agora...

Se eu esperasse mais uma semana cairia, simbolicamente, na mesma data de 1 ano atrás. Mas é melhor aproveitar a idéia antes que ela fuja, então...
[Cabe lembrar que o fato motivador de escrever o diário é a música Quarto de Hotel, que muito se assemelha ao que tenho pra contar...]

Rumo ao sul
[diário de viagem de um louco]...
parte 1

Relatar os motivos [ou 'o' motivo] da viagem seria um tanto pessoal, e por ora, desnecessário. Pode-se dizer que eu fiz o que muitos não fariam, me arrisquei, entrei de sola, fui com a cara e a coragem... Hoje restariam ainda muitas dúvidas de várias pessoas sobre o ocorrido, mas se arriscar, saindo bem ou não, é algo que só se faz se tiver coragem o suficiente. E não guardo hoje mágoa alguma, muito pelo contrário. As experiências foram tantas e tão boas, que acho justo descrevê-las...
Os preparativos requisitaram tempo e preparo, pra não dizer o óbvio, financiamento...
Mas nada parecia importar, afinal, a viagem e outras coisas seduziam mais que qualquer esforço pudesse aplacar.
Chegado o dia, noite mal-dormida, primeiro aeroporto, primeiro avião, ansiedade. Os elementos básicos da pirâmide de Maslow ficavam para depois, o que importava era chegar!
Pouco tempo, é verdade, no céu. Mas o suficiente para estontear. Decolagem, Guarulhos: luzes, mais luzes, agrupamentos de milhares delas, ficando menores, avião subindo, uma curva pra esquerda, tchau São Paulo.
Sem sono, pouco mais de uma hora, avião descendo, dia amanhecendo, o Guaíba pela janela parecia de fato, lindo, trem de pouso na pista, bem-vindos a Porto Alegre.
Alegre... Era algo que de fato, resumia tudo. Recolher as malas, pegar um táxi, sacar dinheiro, pagar o táxi, comprar passagem de ônibus, telefonar, esperar... Pronto... Mais um pouco e enfim poderia encostar e relaxar...
Embarcando, poltrona reclinável, maravilha. Mp3 player ligado... Ih, a pilha! Babaca, esqueceu de recarregar antes de sair... Agora deixa, no hotel eu cuido disso...
Fé em Deus e pé na estrada. Estradas novas para serem observadas, ótimo!.. Estava cansado mesmo da sigla SP....
Uma lagoa enorme, plantações de algo que não me recordo mais, estrada e silêncio e... Ah, o sol!
Enfim deste as caras, estava esperando por ti... Agora sim posso encostar e dormir um pouco...

[continua...]

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Vida [Su]real - Take 3

Talvez o mais difícil de se tirar conclusões... Fragmentos perdidos na memória, jogados aleatoriamente como um quebra-cabeça me esperando para juntar suas peças.
Unindo elementos comuns em vários dias [seguidos ou não], poderia chegar à conclusão de que o ambiente parecia sempre o mesmo. Alguns amigos ocasionalmente, algumas festas ocasionalmente. Mas, seguramente, aquele era o meu ambiente. E só meu.
Peças aleatórias do quebra-cabeça me apareciam a qualquer hora, como desafios a se investigar, como um autêntico detetive do século XX, ou, com um pouco mais de efeitos Hoolywoodianos, um 007 de Ian Fleming. 'Armado' com a minha astúcia e destemido com a minha liberdade, o ponto fraco era algo que nem a mente, em seu repouso de sono, pode controlar: hábitos desastrados.
A partir de então o filme policial ganhava tons de comédia, e as peças do quebra-cabeça, antes brancas e lívidas, iam ganhando pinceladas de tinta, formando então algo. Restava então encaixá-las para descobrir o que seria 'algo'....
Ora perseguidor, ora perseguido, as peças iam se encaixando lentamente, ao passo que dias se passavam. Pois bem, felizmente os 'hábitos desastrados' eram mais presentes nesses filmes surreais, pois antes de saber o final do quebra-cabeça eu já havia delineado minha conclusão.
E é por isso mesmo que eu não poderia descrevê-la aqui. Pois nos livros de Connan Doyle ou Ian Fleming, o bom mesmo é acompanhar a história do início ao fim, sem pular as páginas.....

Eram [talvez] alguns sonhos...