Mostrando postagens com marcador Opiniões. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Opiniões. Mostrar todas as postagens

sábado, 30 de junho de 2007

Rumo ao sul

post scriptum...
-


[diário de viagem de um louco]...
Epílogo


E o que ficou? Esta seria a pergunta que ficava martelando na cabeça nos meses seguintes, pelo menos nos quatro ou cinco... Logo depois da volta tudo mudou, virou de pernas para o ar. Os dias que se seguiram passaram penosos, o aniversário chegou, a sensação de ficar mais velho só piorou as coisas... Encontrando-se em uma encruzilhada a solução é tomar o caminho mais lógico, e seguir...
E seguindo os dias foram passando, as semanas, os meses... Os estudos voltaram a ser importantes, ocupando o tempo e até mesmo divertindo. Mais tempo passando, mais amizades, mais distração... A cura se faz por si próprio.
Muitas das palavras que seguiram de ambos os lados seriam motivo de arrependimento depois, mas nessas situações o melhor é falar, gritar, brigar com o mundo para pedir desculpas depois. É assim que as coisas funcionam e as relações se fortalecem. Agora eu sei bem...
E mais meses se passando, chega o momento de expor as idéias, transmitir os pensamentos pra que, quem sabe, eles semeiem algo em alguém. E que idéia melhor que um diário de viagem?!
Então dedos no teclado, vasculhando a mente [as vezes com ajuda do I-doser] para lembrar de cada detalhe de cada dia... E tudo foi fluindo... E a aprovação que eu mais precisava, eu tive... Ótimo, tenho que fazer disto o melhor possível!
E passados todos os sentimentos que prejudicariam minhas conclusões, o que posso lembrar, e dizer, são as memórias de um jogo do México deitado numa cama com pessoas rindo ao meu lado, das mãos dadas o tempo todo, das dezenas de amigos e pessoas inesquecíveis que pude conhecer, quando cheguei a pensar um dia que nunca chegaria até lá, do frio diferente do daqui, das longas caminhadas e do conhecimento que tudo aquilo me trouxe, da independência de estar, pela primeira vez, andando com as próprias pernas, lembranças de um jogo do Brasil acompanhado de pizza e muita zoação, das diversas casas que conheci e me receberam como se eu fosse dali, do nascer do sol refletido no Guaíba no dia da chegada, bem como os pilares da ponte que denuncia a chegada a Porto Alegre se aproximando na chegada e ficando pequenas e distantes na partida...

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Rumo ao sul

Antes, a madrugada que apenas começava...
-


[diário de viagem de um louco]...
parte 7


O frio era de gelar os ossos. As dezenas de cartazes nas mãos indicavam que viriam boas horas pela frente, e o melhor a fazer era espalhá-los nos pontos onde mais chamassem a atenção. Então quase todo poste de quase toda esquina da cidade naquela noite tinha o cartaz da festa do dia seguinte colado. Ao longo do caminho muita conversa e risada pra espantar o frio. Até luva nas mãos era necessário. E as horas iam passando lentamente, ao contrário dos nossos passos rápidos e apertados. Madrugada adentro, por mais fria que fosse era mais uma das inesquecíveis...
E novamente já passava das 5 da manhã. Dia amanhecendo, hora mais fria! Ao término, as tradicionais caminhadas até o Q.G. mais decisões acertadas para o dia seguinte, o dia D.
Volta para o hotel congelando de frio e umidade... Acordar, só lá pra Dez.. Digo, 2 ou 3 da tarde!
Feito então, acordar, almoçar, ir para o Q.G. ajudar a opinar [leia-se 'dar palpite'] na playlist dos dj's e donos da festa... Então tudo quase pronto, levam os equipamentos pro local, cada um pra suas casas se arrumar, e eu para o hotel ver se as pilhas carregaram, escolher o casaco da noite e sair. Acho que escolhi uma blusa muito fina...
Passando pela porta, algumas pessoas bebendo antes de entrar, dou um pulo lá dentro pra ver como estão as coisas. Dali um pouco as músicas começam a tocar e todos entram. Música boa faz isso sozinha! Que comece então, a festa tão esperada!
A partir daí os tragos ajudam a entrar em transe e todos se animam, o local se torna quente, alguém me revela uma agradável surpresa... Tudo vai maravilhosamente bem.
E as horas passam, os dj's se alternam e mesmo com algumas pessoas mugrando no meio da madrugada, a chuva torrencial chega lá fora, trás todos novamente pra dentro e aquilo tudo se infla novamente. No meio de tudo os flashes registram tudo o que for possível e as pilhas que não carregaram deixarem. Pausas pra descansar, beber um gole, e recomeçar. Madrugada adentro...
Tão adentro que o dono do local quer fechar. Um desentendimento que quase acaba com a noite e muda os planos para as festas futuras. Talvez mudar seja bom, mesmo eu não estando mais aqui...
Na saída, um pouco de nervosismo, natural pelos acontecimentos. Devia estar uns 3 graus, mais a garoa fina, imaginem a sensação... No meu corpo uma camisa de gola e uma blusa tão fina quanto café mal feito! Isso porque o casaco eu tive que passar a outra pessoa, tremendo ao mesmo tempo de frio e de nervosa. E apesar de congelar novamente ali, estranhamente eu não tremia. Até hoje não sei dizer porque...
Mas, para fechar a noite, a devolução do casaco, e algumas palavras balbuciadas no calor da noite fria e da emoção... Talvez certas, talvez na hora errada. Só o tempo diria. E disse. Demorou, claro, mas este diário não existiria se aquelas palavras naquele momento fossem completamente nulas...
Volta pro hotel então. Agora sinto realmente que as horas passam rápido e que o fim da viagem está perto. Apenas mais uma noite e dois dias...


[continua...]

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Rumo ao sul

Antes, a madrugada que não acabou...
-


[diário de viagem de um louco]...
parte 6


E continuavam todos andando rumo a avenida. Conversas, risadas, bebidas... Tudo ali era embriagante e dava vontade de ficar por ali por mais tempo. No caminho iam se juntando mais pessoas ao grupo, que logo tinha mais de 10 pessoas. Até, então, pararem todos estrategicamente ao lado de um boteco, ficando alguns sentados perto pra esquecer do frio, e outros em pé, conversando e bolando teorias para também esquecê-lo...
E as teorias sobre o mundo e as músicas Gessingerianas também faziam mais sentido que nunca. Tudo fazia. O frio é apenas um mero detalhe, tudo aqui está agradando...
Cerveja pra uns, canha pra outros... Isso é forte pra mim, socorro! Dou umas bicadas e já me sinto mais quente, mas não posso continuar... Risos por toda a parte...
Então um beijo com gosto de cigarro, canha e refri... Isso eu jamais esquecerei....
Vida a fora, noite a dentro
, as horas vão passando, alguns mugrando, outros se animando ainda mais... O dia seguinte é dia de Formatura para uns, e divulgação da festa para outros... Mas ninguém pensa nisso agora, vamos deixar o dia amanhecer.
E de fato, amanhece... Então acompanhamos os que moram ali perto... E depois caminhada de volta ao hotel, já estou acostumado!
Mas no caminho temos que terminar essa canha... 6, 7 da manhã... Hoje nem vou pro café da manhã, é chegar no hotel e desabar na cama!
Feito isso, então, só acordo lá pra 1 da tarde... Mesma rotina de banho, arrumar, sair pra rua, almoçar... Depois uma passada na lan-house. [Sim, finalmente achei!]
Uma hora e meia depois, notícias dadas aos amigos de outras partes, volta ao hotel, telefonemas... Marcado então na casa dos amigos ali do lado. Hoje todos vão à tal formatura... Mas nós temos outros planos. Uma passada no 'Q.G.' para decidir e então vamos ao tal boteco em que todos se reúnem. Distribuir flyers, folhetos... Até eu vou entrar nessa, afinal estou aqui mesmo!
Mais tarde uma parada pra abastecer no Q.G. e então pé na rua até de manhã. Colar cartazes!
Cola caseira pronta, cartazes nas mãos... Bóra pra rua que a cidade tem muitas ruas a se percorrer. E essa noite seria mais uma das memoráveis...


[continua...]

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Um post 'Ludovico' !

Sabemos que tendo boas influências musicais e literárias fica bem mais fácil escrever algo. E não a toa, desde cedo eu fui rodeado de boa música e literatura. Família rica em todos os sentidos. Da música clássica ao Vinicius de Moraes, do Drummond a Bossa Nova. Só não tive aulas de 'Mutantes' porque eles eram demasiado loucos para os gostos da minha famiglia. E nisso havemos de convir, eles eram mesmo! Mas estou chegando neles através de seus 'influenciados', digamos assim.
Que Engenheiros do Hawaii, através de Humberto Gessinger, são minha influência-mor, isso todos sabem... MAS, desde que conheci esta banda, mais ou menos em 2004, minha vida mudou. Essa banda se chama LUDOV.
Não seria útil eu descrever a história da banda, afinal a mudernidade ta aí pra quem quiser... Agora, que banda do caralho!
Foram ganhando admiradores no underground paulistano. Quando lançaram o 2º cd foi algo arrebatador. É daquelas bandas que se você perguntar pra várias pessoas muitas não conhecerão. Mas se você perguntar pra quem conhece, com certeza essa pessoa te dirá que a banda é sensacional.
E por que arrebatam tanto? É simples. Letras muito bem construídas, poesia, prosa ou verso, com melodias agradáveis pra qualquer momento, e logo se tornam viciantes. A vocalista Vanessa Krongold tem um talento vocal e de simpatia comparáveis a sua beleza... E os letristas Mauro Motoki e Habacuque Lima fazem cada vez músicas melhores, as vezes junto da vocalista. O resultado é algo que te deixa flutuando, perdido nos pensamentos que as letras trazem. Letras muito bem escritas, mas ao mesmo tempo simples.
Ludov é daquelas bandas de você querer parar o mundo pra ouvir. E se você não puder parar o mundo, vai conseguir, no mínimo, abrir um sorriso aberto no rosto enquanto ouve. Se o mundo estiver frenético você terá a sensação de flutuar, sentirá vontade de cantar a plenos pulmões esteja onde estiver. E se estiver no sossego, terá vontade de deitar olhando pro teto e imaginando mil situações, acontecidas ou não.

Pode ser só a minha opinião, mas Ludov dá barato melhor que I-doser!
E melhor eu parar de falar e deixar a cargo de vocês ouvirem ou não...


site da banda: http://www.ludov.com.br/
letras: http://ludov.letras.terra.com.br/

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Rumo ao sul

Na última parte, a hora do jogo...
-


[diário de viagem de um louco]...
parte 5


Muita tensão e pouco futebol. Pelo menos a companhia era agradável. Se não valeu pelo jogo, valeu pela bagunça... E depois, mais alguns momentos tranqüilos, mp3 player compartilhado a dois até quase cochilar no sofá...
Depois, então, mais caminhadas até a casa de outros amigos. Parando pra ver tv, falar besteiras e comer mais um pouco... Haverá uma festa essa semana, então há várias reuniões pra definir as músicas e como será feita a propaganda.
Então sentam-se todos numa cama, outros na poltrona... A distração é Guitar Hero, viciante! Aquelas músicas já grudaram na cabeça, ajudando a formar a trilha sonora da viagem...
A despedida hoje é um pouco mais tarde. Amanhã é véspera de feriado, dia que todos ficam na rua... Até a manhã seguinte. Então uma caminhada tranqüila de volta ao hotel, e os planos pra longa noite de amanhã...
Dia seguinte, o sol da tarde ajuda no frio, mas as conseqüências daquele chuveiro frio e da umidade desse lugar já fizeram efeito... Gripe. Nem a rinite, nem a sinusite. É gripe mesmo, das fortes... Lenço no bolso e vamos pra rua então!
Mais uma reunião e fica decidido como serão os cartazes e flyers da festa. Divulgação só amanhã, porque hoje é dia de todos irem aos botecos beber e falar besteira. Já não era sem tempo!
A noite então, se encontram na casa de alguém e vão todos juntos. O lugar é famoso, há tanta gente que a maioria prefere ficar do lado de fora mesmo, em pé, encostados nos muros ou sentados nas altas calçadas. Conversando, me divertindo, e por que não, tomando uns tragos também!
Conhecendo mais gente, vendo quem eu não via desde a chegada, o frio já nem importa tanto assim! Vou lá dentro pegar mais cerveja pra todos então... Mas a cerveja acabou?.. 'Vamos comprar no bar ali do lado então', dizem os que estão habituados com o lugar... Eu concordo, compramos mais bebidas e continuamos as conversas. Mas, na falta do líquido dourado, o boteco fecha cedo... Que fazer?.. 'Bom, vamos dar umas bandas até a avenida', sugere alguém ali... Então vamos todos, um grupo de jovens 'pensando bobagens, bebendo besteiras', mas nem tão bobagens assim! Ali, talvez a experiência mais rica de intercâmbio com o pessoal de lá: enquanto seguem todos andando, bebendo [e alguns fumando] pra espantar o frio, discussões sobre a sociedade em geral, músicas, comportamento... E em especial o nosso ídolo em comum, Humberto Gessinger, que profetiza suas palavras na forma de músicas, e nós o seguimos, olhando o mundo de forma diferente do resto... Aquela noite pode ter acabado, mas aquele momento foi eterno. A leveza de se sentir em casa em ruas tão geladas, mas cheias de calor e companhias agradáveis. Tudo isso dava um gosto de 'quero mais' no meio da viagem, e ao mesmo tempo uma impressão do que seria deixar tudo isso pra trás...


[continua...]

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Rumo ao sul

Antes, um pequeno cochilo no hotel nas primeiras horas da manhã do dia 12/06...
-


[diário de viagem de um louco]...
parte 4


Acordo com o telefone tocando. Alguém esperando na recepção. Presentes na mochila, desço, encontro... E saímos rumo à praça, ali pertinho. Lá chegando, sentamos num banco, olhamos ao redor... E logo chegam mais pessoas a conhecer. E o número aumenta... E logo várias pessoas estão ali reunidas, conversando, rindo e me apresentando as características daquele sotaque e as gírias que eu viria a gostar muito.
A tarde vai passando, a noite se aproximando, e com ela, mais frio. Já estou me acostumando, casacos servem pra isso!
A essa hora um café cai bem... Então até a cafeteria mais próxima... E lá, oras, mais amigos!
Não sei se pela viagem, pela companhia, pelo frio ou por tudo aquilo, mas o café era realmente delicioso ali, olhando a vida noturna passar... Acabando, uma caminhada até a casa dela. Conhecer os pais... Que frio na barriga...
Casa bonita, aconchegante, até quente... Vou tirar o casaco. Convidado pra jantar, já me sinto mais à vontade. Depois, sentados no sofá, conversas, noticiário na tv... Estou me sentindo em casa, mesmo tão longe de casa... Gostei daqui...
Ali mesmo, então, os presentes... Agradecimentos... E o convite pra almoçar no dia seguinte. Tudo perfeito... Assim posso dormir tranqüilo, ainda que pra mim seja difícil dormir...
E então, caminhada até o hotel, já estou dominando essas ruas... Muito bom conhecer os hábitos de todos, observando como um anônimo, ainda que turista... Já sei andar por essas ruas, me perder não me perco mais!
Então, mais uma noite assim... Leio algo, que perde rapidamente o interesse. Verifico as pilhas, tudo certo... Então, hora do banho. Ah, o chuveiro, esqueci!.. Vai ter que ser no frio, de novo!
Tremendo, busco novamente as roupas e os cobertores, até adormecer...
De madrugada o barulho da chuva é companheiro. De manhã, acordar cedo de novo, café da manhã, chave na recepção... Ah sim, o chuveiro está um pouco frio, podem ver pra mim?.. Obrigado!
Passear um pouco, conhecer mais, já que ainda é cedo!
Arriscar mais então, procurar ruas que não conheci... O Mercado dali, procurar uma lan-house e uma padaria para os almoços dos dias seguintes... Achei quase tudo, menos a lan... Bom, eu pergunto depois. Melhor voltar pro hotel, frio úmido vai me atacar a sinusite já já...
Sala de espera então... Hoje o Brasil estréia... Vou sair com a camisa da seleção pra ver se me olham estranho hahah :P
Subo pro quarto, o telefonema... Espera, cochilo... Acordo com o telefone. Hora de ir pra lá.
De camisa do Brasil, o sol colaborando hoje... Vou até tirar a jaqueta. No caminho, pessoas se organizando assim como eu... Parece que não são tão separatistas como se ouve falar. No caminho, algum desconhecido me cumprimenta e comenta positivamente sobre a camisa... O pessoal daqui é simpático...
Quase chegando lá, lembrei. Preciso levar flores! Que sorte a minha, tem uma floricultura na minha frente...
Então uma dúzia de rosas. Tradicionais e belas. Chegando, almoço, conversa com todos por ali, o sol dando um calor gostoso... E eu cara a cara com os famosos doces portugueses. Minha nossa, são maravilhosos... Ainda bem que não sou mais uma formiga, mas minha mãe ia adorar isso!
Chegada a hora de ir na casa de amigos ver o jogo. Um 'até breve' e uma pequena caminhada ao lado da minha guia naquela semana... Lá chegando, pipoca, refrigerante e aquelas tranqueiras que não podem faltar nessas reuniões... Vamos ao jogo, então!

[continua...]

domingo, 10 de junho de 2007

Rumo ao sul

No relato anterior, o primeiro dia e o começo da noite...
-


[diário de viagem de um louco]...
parte 3


Aquela primeira noite realmente fora agradável. Ainda todos se conhecendo, ainda pouco tempo juntos. Tínhamos que nos separar um tanto cedo. Chegando ao hotel cerca de 22 horas, pude enfim abrir a mala, organizar o quarto que seria meu por aquela semana toda. Após tudo isso, uma tentativa de banho.
Tentativa, pois o chuveiro parecia ser o vilão da história. Naquele frio polar [isso pra um paulistano acostumado com o frio], a água era 'semi-fria', nem morna nem gelada, mas caía no corpo como cubos de gelo!
Depois da tentativa mal-sucedida, mas cumprida, me sequei e busquei o máximo de roupas possíveis para esquentar. Havia levado algumas coisas pra ler, e agora as pilhas já estavam carregando na tomada, mas o cansaço da viagem de cerca de 7 horas e vai-pra-lá-vem-pra-cá não me deixou pensar no assunto. Porém ainda era muito cedo pra dormir, quando se estava acostumado com as 3, 4, 5 da manhã...
A solução era a tv, um filme conhecido passando, mas sem muita paciência para ele. Meu pensamento estava em outros cantos, nas ruas, na ansiedade de conhecer tudo. Ali a música 'Quarto de Hotel' realmente fazia sentido...
O sono veio lá pelas 23 horas, algo que não acontecia desde muito tempo mesmo. Até na época de correria esse era o horário exato de chegar em casa. Um cochilo, acordo, desligo a tv, durmo de vez.
Com o dia quase clareando os olhos se abrem. Reconhecendo que aquele não era o quarto dos últimos meses, procuro um relógio. É, nessas horas que um relógio faz falta, droga! Não havia sequer um despertador no quarto, e eu, avesso a celulares, nem pensei que o aparelho faria falta...
Ligo a tv procurando um canal que traga algo, um jornal matutino, o canal do tempo... Até enfim resolverem colaborar comigo vejo que não passava das 6... Muito cedo, o café é só depois das 7. Bom, levante, tome um banho, se arrume e etc.
O banho, novamente frio, era um desafio. Nota mental: pedir pra darem uma olhada nele...
Feito isso restou esperar o horário. Subo, tomo bastante café, suco, etc... E estou pronto. Mas perai, são só 7:30 da manhã. E agora?
Bom, vou dar uma volta... Se eu seguir uma linha reta não vou me perder... E qualquer coisa já gravei o nome da rua do hotel, sempre consegue-se algo perguntando... Então vamos.
Chave na recepção, pé na rua, frio. Puta que pariu. Fecho o casaco, vamos lá, andar faz bem...
Primeiro uma linha reta. Calçadas diferentes... Rua bem larga, de paralelepípedo, calçadas altas demais para os padrões paulistanos... Interessante. Mais pra frente uma Igreja em estilo gótico [sei lá eu, to chutando, mas que é interessante, é] e comércio como os 'centrinhos' que existem por aqui. Mais pra frente, mais pessoas saindo nas ruas. Lembrei, hoje é segunda... Estão indo trabalhar, e eu com essa cara de turista... Oras, também trabalhei um bom tempo pra poder fazer turismo! Bola pra frente então...
Já andei bastante, que avenidas simétricas... Algo assim eu só vi no lado ímpar da Av. Paulista. Quarteirões perfeitamente do mesmo tamanho, 'quadras' que são realmente quadras. Se é assim, vou virar a esquerda nessa rua aqui, já que é fácil de voltar mesmo...
Outra avenida larga, que coisa... Isso em São Paulo daria umas 3 ruas com estacionamento permitido em apenas um dos lados, com direito a Zona Azul...
Bom, além disso que mais posso reparar?... Hum, arquitetura diferente... Me lembra Itú, por que será?...
Já sei, estilo colonial! Casas de desenho arquitetônico antigo, como os poucos que ainda restam no centro de São Paulo, perto do Mercado da Cantareira... Gostei!
Bom, continue a andar em linha reta... Vou virar aqui, já que é tudo quadrado é só eu pegar a esquerda depois e chegarei na rua do hotel. Uma passada na farmácia, e estou em um calçadão. Já tem bastante gente nas ruas... Termômetro marcando... 5 graus! E eu aqui tirando minha jaqueta por causa dessa alergia ao suor... com tudo isso e tomando banho frio eu vou pegar uma gripe bem logo...
Bom, já andei bastante... Hora de voltar, ta cedo pra ligar ainda, 9 e pouco... Vou só voltar e ver o que faço.
Chegando... Quarto em arrumação, tv na sala de espera, subo, telefono... Ainda é cedo, está dormindo... Tenho que esperar. Vou deitar um pouco então...
Data: 12/06/2006.

[continua...]

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Mudernidade

[pedindo licença para a autora da interjeição do título]...

No dicionário, temos como mais perto de 'modernidade':


modernice s.f. 1 Apego exagerado a coisas ou idéias modernas. 2 Mania de querer passar por moderno.


E para nós, seres humanos do século XXI, dotados de polegares opositores e o chamado 'livre arbítrio', mudernidade vem a ser algo muito comum, caminhando próximo com a modernice.
Hoje tudo está na rede. Quer achar um endereço? Sites de mapas temos vários. Quer fazer uma pesquisa? Wikipedia está lá maravilhosamente nos esperando. Quer achar sites com conteúdos específicos, ou mesmo aquele poema que você não acha mais porque seu livro do colégio está perdido em algum lugar do passado, Google nele!
É tudo tão fácil que chega a ser ridiculamente preguiçoso. Graças ao bom Deus nos meus tempos de colégio o Google ainda caminhava, pois assim aprendi que trabalho escolar não é ctrl + c, ctrl + v e ctrl + p... Há até poucos anos atrás aprendíamos a pensar, hoje aprendemos a pesquisar e copiar, e os microssegundos que a pesquisa dura dão uma noção do 'orgasmo intelectual' que é procurar algo na rede... Hoje há de tudo, até em exagero. Muito exagero, por sinal. Nos meus tempos de colégio sofríamos de escassez de informações na rede, assim tínhamos o hábito de pegar livros na biblioteca [ah sim, na faculdade também, mas nela havia a desculpa dos conteúdos serem extremamente específicos...] Hoje não, sofremos sim pela superabundância de informações. É tanta coisa em tanto lugar que separar o joio do trigo não é pra qualquer um...
E isso se levarmos em conta apenas a esfera de conteúdo 'útil' da rede, pois o inútil é amplamente maior [redundantemente dizendo]. Programas dos mais diversos, cada um pra um tipo específico de ação. Quer baixar músicas ou vídeos? Há um programa. Quer proteger o computador? Existem vários tipos de programas, do antivírus ao firewall... Quer se comunicar? Nossa, programas de mensagens instantâneas são cada vez mais diversos e multifuncionais... Faz- se de tudo para que você não saia da frente da tela por um minuto. Jogos, conversas em vídeo, áudio, manuscrito, chats... Se duvidar logo vai ter como mandar sinal de fumaça por eles!
[E vejam bem, ainda nem falei dos sites...]
Ah sim, pois bem, os sites. Com a explosão da internet no nosso país, quando a internet gratuita surgiu, eles foram ficando cada vez mais aprimorados. Novas linguagens de programação eram dominadas pelos nossos amigos que identificaram nisso uma boa oportunidade pessoal, financeira, etc etc., com a contribuição, claro, da melhoria gradual nos hardwares dos usuários de computadores. Sites de jogos, enciclopédias virtuais, comunidades mundiais de pessoas, postagem de vídeos, blogs, fotos, etc etc...
Muito bonito e próspero, por sinal.
Mas aí há um pequeno problema, que começou como uma coceirinha de nada e foi crescendo... E crescendo... E logo se tornará um problema de âmbito nacional: nossas redes de telecomunicações, sob raras exceções, são velhas e desgastadas. Alguns muitos lugares do Brasil nem banda larga têm ainda [e vejam bem, nem são lugares isolados.] É no mínimo curioso que no país da urna eletrônica [que já deveria ter sido exportada] não haja uma rede de telecomunicações capaz de dar conta do fluxo de informação que rola na rede. Claro, por isso todos nós temos uma grande culpa, com nossa avidez por nos mudernizarmos...
E nos irritamos a ponto de querer descontar nos nossos 'pobres' hardwares, que nada têm a ver, estão ali se esforçando, como máquinas, para nos trazer tudo que os dedos clicam através do mouse e digitam pelo teclado. É tão engraçado que para dormirmos tranquilos temos que dar um alt + F4 na mente, senão ficamos pensando no que deixamos de fazer na rede no dia que passou...
Para terminar, um ótimo exemplo do que a mudernidade nos traz: o ato de emular [reproduzir com efeitos próximos] as coisas. Começou com jogos de videogames quase extintos, como nosso saudoso Atari, e hoje já emularam até as drogas. E com resultados muito próximos aos reais. [Aí os leitores vão me perdoar, mas eu como bom careta que sou, nunca experimentei drogas ilícitas...]
Mas confio, evidentemente, na descrição de quem já as tomou. E a emulação de sentimentos não parou com as drogas não. Estão indo cada vez mais longe, reproduzindo sensações do big-bang [sim, aquele mesmo que originou o Sistema Solar], de estar sonhando acordado [e eu realmente me senti levitando!], sensações de estar fisicamente com alguém que não está perto de você [e olha que os resultados são bons...], sensações de criatividade e inspiração, e, pasmem, até de orgasmos.
Ahh, essa mudernidade... Eu prefiro ser careta, baixar e-books pra ler, ter conversas com pessoas cults que tenham gostos que completem os meus, passar o tempo a toa pesquisando sobre filósofos dos quais eu ainda não li as obras, ver filmes que me deixem com cara-de-ponto-de-interrogação, e , principalmente, procurar nessas poucas pessoas algo que me inspire, que me incite. E consegui. Obrigado, Srta. autora do termo que eu tomei emprestado! Me deixaste com o ponto de interrogação na testa, hoje.
E, ao elaborar um texto capaz de descrever toda essa mudernização em minha mente, a sensação quando a conclusão deste texto pseudo-explicativo se aproxima, é a de um orgasmo intelectual. Desta vez sem aspas, porque essa é uma sensação que mesmo os brilhantes técnicos do I-doser devem demorar MUITO a conseguir reproduzir...

[Ah, como eu amo a metalinguagem.......]

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Vida [Su]real - Take 3

Talvez o mais difícil de se tirar conclusões... Fragmentos perdidos na memória, jogados aleatoriamente como um quebra-cabeça me esperando para juntar suas peças.
Unindo elementos comuns em vários dias [seguidos ou não], poderia chegar à conclusão de que o ambiente parecia sempre o mesmo. Alguns amigos ocasionalmente, algumas festas ocasionalmente. Mas, seguramente, aquele era o meu ambiente. E só meu.
Peças aleatórias do quebra-cabeça me apareciam a qualquer hora, como desafios a se investigar, como um autêntico detetive do século XX, ou, com um pouco mais de efeitos Hoolywoodianos, um 007 de Ian Fleming. 'Armado' com a minha astúcia e destemido com a minha liberdade, o ponto fraco era algo que nem a mente, em seu repouso de sono, pode controlar: hábitos desastrados.
A partir de então o filme policial ganhava tons de comédia, e as peças do quebra-cabeça, antes brancas e lívidas, iam ganhando pinceladas de tinta, formando então algo. Restava então encaixá-las para descobrir o que seria 'algo'....
Ora perseguidor, ora perseguido, as peças iam se encaixando lentamente, ao passo que dias se passavam. Pois bem, felizmente os 'hábitos desastrados' eram mais presentes nesses filmes surreais, pois antes de saber o final do quebra-cabeça eu já havia delineado minha conclusão.
E é por isso mesmo que eu não poderia descrevê-la aqui. Pois nos livros de Connan Doyle ou Ian Fleming, o bom mesmo é acompanhar a história do início ao fim, sem pular as páginas.....

Eram [talvez] alguns sonhos...

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Falha Nossa

É, parece que eu errei a maioria... Parece!
Mas quem conhece o Oscar sabe da [i]lógica existente por trás [ui] da coisa... Então... Xá pra lá!



-
Cate Blanchett em Vida Bandida realmente é um colírio para os olhos.........
-



-
Amanhã, talvez, eu comece a postar minhas opiniões sobre alguns filmes... Baseado na minha lista de favoritos, evidentemente...
[Comentários sobre a minha lista são muito bem-vindos!]

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

The Oscar goes to..........
[um breve palpite de alguém que não viu nenhum dos filmes]



Pois é, o Oscar, a premiação mais injusta do cinema, é domingo. E eu nunca assisto porque não tenho paciência, e geralmente porque tem muita gente injustiçada também. Mas esse ano tem um quê de especial... Muitos mexicanos concorrendo, e eu particularmente adoro o cinema novo mexicano. Vamos ver no que dá, os meus palpites pras categorias principais são esses:

[o link com os indicados é http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u67761.shtml]


Melhor filme
"Babel" [apesar de Cartas de Iwo Jima parecer ótimo]

Melhor diretor
"Babel" (Alejandro González Iñárritu) [mas talvez seja a categoria mais concorrida desse ano]

Melhor ator
Forest Whitaker ("O Último Rei da Escócia") [já ganhou o Globo de Ouro...]

Melhor atriz
Penélope Cruz ("Volver") [também concorrida, mas é quase certo que uma estrangeira ganhe...]

Melhor ator coadjuvante
Mark Wahlberg ("Os Infiltrados") [porque a Academia dificilmente dará o Oscar para Eddie Murphy]

Melhor atriz coadjuvante
Cate Blanchett ("Notas sobre um Escândalo") [a Academia gosta de Cate... So do I!!]

Melhor roteiro original
"Babel" (Guillermo Arriaga) [porém 'Cartas de Iwo Jima' conta com o vencedor do ano passado, Paul Haggis, por 'Crash', filme excelente]

Melhor roteiro adaptado
"Os Infiltrados" (William Monahan) [assim o Scorcese não fica totalmente decepcionado...]

Melhor fotografia
"O Labirinto do Fauno" (Guillermo Navarro) [acredito muito na competência dos mexicanos]

Melhor edição
"Babel" (Stephen Mirrione e Douglas Crise) [Babel, acredito, é o premiado da noite e do ano, visto que o Iñárritu é um dos caras mais inovadores da atualidade]

Melhor direção de arte
"O Labirinto do Fauno" (Direção de arte: Eugenio Caballero/ Set: Pilar Revuelta) [mais uma vez os mexicanos...]

Melhor figurino
"O Diabo Veste Prada" (Patricia Field) [só pra inovar, talvez...]

Melhor trilha sonora
"Babel" (Gustavo Santaolalla)

Melhor canção
"Our Town", de "Carros" (Randy Newman) [Randy Newman já ganhou alguns Oscars por canções]

Melhor maquiagem
"O Labirinto do Fauno" (David Marti e Montse Ribe)


O restante eu não coloquei porque meus conhecimentos não me permitem... Mas o Oscar estrangeiro pro 'Labirinto do Fauno" parece certo...



-
enquete inocente: o título do blog ficou muito gay?
-


na playlist neste exato momento: Costinha- O Peru da Festa Vol. 3