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quarta-feira, 18 de março de 2009

You Affect Me

You pull me down and lift me up
Carry me with you and leave me by myself
You take everything that's good in me
And save it all for yourself
You mistreat me, you sing along with me
You affect me

You meet me up and keep me waiting
You say you love me, you forget our date
You say goodbye with a smile and makes me crumble
You disrespect me, you say you're sorry
You affect me

You call me at night, you hang up on me
You say you need me and you abandon me
You got me loving you
You got me suffering for you
You affect me
You complete me
You affect me

quinta-feira, 5 de março de 2009

O trago/A janela

A janela aberta
Noite adentro
A rua acordada
Me chama, me atrai
Me condena
O retrato virado pra baixo
É o imã que me puxa
E me repele
A calçada que devora
A borracha do meu tênis
A mesma de ladrilhos
Que eu me fixo a olhar
Sem razão
Um café, dois cafés
Troco por um trago
E mais um trago, por favor
A fumaça que não é minha
Preenche o ar
Penso se não é melancolia
Ou ser patético
Aqui estar
Bobagem
Somos todos apreciadores das horas
Em que não se é preciso falar
Para querer dizer algo
E fadados às olheiras
À vontade de não dormir
E fazer desse escuro
E das luzes artificiais
Um refúgio
Imunes à banalidade do dia
Das conversas no celular
E das discussões de sentimentos
Por isso, por favor
Mais um trago
Enquanto a janela ainda está aberta

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Anti-síndrome de Estocolmo

Outrora as assombrações eram penosas. Perseguiam em sonhos, datas, devaneios. Quando o consciente não lhes dava atenção, buscava as armas do sub-consciente, que era bem mais cruel.
Mas mesmo as piores assombrações deixam de assustar, e eventualmente, acabou de fato acontecendo. Os fantasmas perdem força com o tempo, com os novos olhares, com as novas chances que o pensarpositivamente traz.
E, com o tempo, novos fantasmas podem surgir. Talvez menos cruéis, que não nos deixe tão paranóicos, insones, auto-destrutivos... E coisas do gênero.
Talvez assombrações viciantes. Que você teme, mas não pode ficar sem. Que se tortura quando te rodeiam, mas se sente melhor ao seu lado, quando te assombram, do que nas horas ou dias restantes em que não se manifestam.
E qual não é a dúvida do ser em questão assombrado em fazer algo mais para fazer parte da vida dos fantasmas... Mas fazer o que, e como? Fantasmas servem para isso mesmo, qualquer aproximação terá suas conseqüências, e estas indagações são uma tortura psicológica enorme.

Enfim, fantasmas já foram amedrontadores e torturadores... Hoje são um vício inexplicável.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Um rosto e três folhas de papel

Um rosto. Um caminho que eu percorria num sábado ensolarado [ou em qualquer dia de semana, mas estes mais corridos]. A espera pelo ônibus na avenida larga e feliz.
Em mim, várias expressões de esperança, felicidade, apreço. Os dias começavam frios e iam se acalorando, e eu ainda não tomava café a seco.
O sol, a calça dobrada até quase os joelhos, como era 'moda' se fazer na época. Tudo por um rosto, uma companhia, hoje mais do que nunca, uma lembrança.
Um telefonema, a expectativa. Vou correndo o quanto dá. O caminho já quase decorado, tudo familiar e agradável já a esta altura.
E então, fragmentos perdidos, jogados para eu mesmo fazer a ligação, no mundo em que o diretor sou eu.
No rosto um sorriso, na memória a lembrança dos corredores que pareciam mágicos, pois meu mundo mudara.
Algumas palavras, o rosto me fitando, e aparecem 3 folhas de papel. Não eram minhas, decerto. Não costumo fazer isso, mas me chamaram a atenção. Verei o que é.

3 sulfites azuis, a sua cor, dobradas ao meio. As pontas um pouco dobradas, talvez por causa do tempo em que elas estão ali. As abro... E no cabeçalho está meu nome.
E nas laterais meus vários e-mails [à época] e meu nome escrito em pé, deitado e de ponta-cabeça... E no corpo do texto alguns escritos perdidos, de um pra outro, de outro pra um. E mais anotações nas bordas. Sem dúvida, a sua letra.
E nas outras folhas, telefones, pequenos versos talvez, e dois nomes escritos. Eram, sem dúvida, os nossos.

Um rosto. Que não sai da cabeça porque talvez esteja mais fundo, em outro lugar. Um sorriso que não foi esquecido. Será que aqueles sonhos que trouxeram outrora a insônia voltaram?
Se for, desta vez não preciso mais não querer dormir. Vou me deixar sonhar...
Com a pretensão de quem já foi causa e efeito de outras confusões, sonhar que se lembre, ainda, de mim.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Textos antigos: "Cidade Grande p.m."

Eis a segunda parte... Se completam...
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Cidade Grande p.m.

Não é o cansaço pós-almoço
É a tarde lenta, é o dia lento
Não é o sol descendo
Por trás dos prédios no fim da tarde
Não é voltar pra casa
E encontrar o silêncio
É a casa ficando escura
Um cd tocando solitário
A vontade de sair um pouco

Não é sair com alguns trocados no bolso
Até o bar da esquina mais próximo
É o gole de cerveja
Cada vez mais amargo sem o seu riso

É você não comentar
Do meu corte de cabelo a noite
As paredes não ecoando
Nossa conversa, cada um em um cômodo
É a gente não fazendo planos
De viagens, do casamento, dos filhos, do futuro
É a gente não se abraçar
Namorar por horas que são escassas demais
É a gente não olhar o outro
E não precisar dizer nada
Não irmos dormir juntos
Quando chegar a meia-noite
É a falta de você


T. 19/10/2004

Textos antigos: "Cidade Grande a.m."

Estes são meus 'bebês', os dois dos quais mais me orgulho de ter escrito...
E surgiram prontos, só transcrevi pro papel, sem computador, sem sono, sem muita coisa pra fazer na época...
Espero que gostem!
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Cidade Grande a.m.

Não é dia ainda
Tampouco é noite
Os pássaros vêm à janela
Para nos acordar
A cidade no seu movimento contínuo
Começa a se encher novamente
Um café forte, uma chuva fina
O céu escuro e cinzento
Numa manhã de Primavera que conserva
A tristeza do Inverno
Não fosse pelas árvores verdes
E flores que voltam a aparecer

Não é a casa vazia
É uma pessoa solitária
Olhando pelo vidro embaçado
O amanhecer frenético do mundo
Um mal necessário
É uma foto tirada
Com um fundo em movimento
Sem opção, apenas uma pessoa
É o meu lugar vazio, quase sem vida
Hora de cuidar das plantas, depois sair

Não é seu travesseiro intacto
No seu lado da cama
É a sua falta à esse lugar
A incerteza de que irá voltar
Não é a tv falando sozinha
É a poltrona sem vestígios de ser usada
Não é o ar poluído, não é o barulho
Entrando pelas janelas
É a sua voz que não se ouve mais
Por aqui, ultimamente

Não é a pressa de sairmos
Juntos, para ganhar o dia
É a lentidão com que tudo funciona
Não é a longa madrugada
É olhar para o teto e falar sozinho
Não é depressão
É só a tristeza de você não estar aqui
Não é o ritmo lento da manhã
É o pensamento em uma só coisa
Pessoa, tempo e lugar

T. 19/10/2004

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Textos antigos: "[doce] fantasma"

[doce] fantasma

Doce fantasma...
Me volta a assombrar os sonhos do nada?
Me faz pensar em coisas que não posso
Ao mesmo tempo que se mostra renovada
Quer me tirar da escuridão, essa que tanto aprecio
Ou quer o que?
Doce fantasma, bela como sempre
Vai voltar de vez pra minha vida
E mudá-la de novo?
Lá vamos nós, de novo!

[postado originalmente em '¡Tchau Radar! em 18/04/2006]