Estes são meus 'bebês', os dois dos quais mais me orgulho de ter escrito...
E surgiram prontos, só transcrevi pro papel, sem computador, sem sono, sem muita coisa pra fazer na época...
Espero que gostem!
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Cidade Grande a.m.
Não é dia ainda
Tampouco é noite
Os pássaros vêm à janela
Para nos acordar
A cidade no seu movimento contínuo
Começa a se encher novamente
Um café forte, uma chuva fina
O céu escuro e cinzento
Numa manhã de Primavera que conserva
A tristeza do Inverno
Não fosse pelas árvores verdes
E flores que voltam a aparecer
Não é a casa vazia
É uma pessoa solitária
Olhando pelo vidro embaçado
O amanhecer frenético do mundo
Um mal necessário
É uma foto tirada
Com um fundo em movimento
Sem opção, apenas uma pessoa
É o meu lugar vazio, quase sem vida
Hora de cuidar das plantas, depois sair
Não é seu travesseiro intacto
No seu lado da cama
É a sua falta à esse lugar
A incerteza de que irá voltar
Não é a tv falando sozinha
É a poltrona sem vestígios de ser usada
Não é o ar poluído, não é o barulho
Entrando pelas janelas
É a sua voz que não se ouve mais
Por aqui, ultimamente
Não é a pressa de sairmos
Juntos, para ganhar o dia
É a lentidão com que tudo funciona
Não é a longa madrugada
É olhar para o teto e falar sozinho
Não é depressão
É só a tristeza de você não estar aqui
Não é o ritmo lento da manhã
É o pensamento em uma só coisa
Pessoa, tempo e lugar
T. 19/10/2004
sexta-feira, 8 de junho de 2007
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