sábado, 9 de julho de 2011

Romance à Paulista

Conheceram-se num dia 9 de Julho, como hoje. Ela ia fazer rematrícula na faculdade, e ele vinha do cursinho. Trombaram em uma das pontes sobre a 23 de Maio. Se reencontraram outras vezes, sempre de passagem pela Brigadeiro, até que ele lhe ofereceu um café e uma conversa.

Eram jovens e passeavam muito, da Brasil à Vergueiro, da Estação da Luz à outra Brigadeiro. Aos sábados quase sempre frequentavam a região da 25 de Março, driblando o movimento para almoçar no Mercado Municipal. E passeavam nas tardes de domingo, da Liberdade à Rua dos Pinheiros, do Museu do Ipiranga ao Parque Trianon.

Curtiam-se a ambos e também à cidade. Nos dias de semana -e trabalho- viam-se rapidamente no centrão, e no final da tarde encontravam-se na Praça da Sé. Do Marco Zero caminhavam aos seus destinos, e quando fazia calor o Ibirapuera era um bom local para um piquenique. Nunca se cansavam de ambos, e dos museus e cinemas. O Estádio Municipal do Pacaembu também era um local frequente, especialmente em um dia de clássico.

Fossem eles da ZL, do Alto da Lapa, do Mirante de Santana ou dos confins da Zona Sul, rodavam. E enfrentavam os perigos do trânsito ao andar de bicicletas, ainda que no final de semana. Um ato para corajosos. Viam de perto os problemas da cidade e em algumas ocasiões, marchavam pela Paulista ou em frente à Câmara por discordância de seus governantes ou para reivindicar direitos, ou o direito de ter determinado direito.

Eram, de fato, paulistas e paulistanos. Assim como muitos por aí, que podem não se dar conta de uma data de longínquos 79 anos atrás, mas que para alguns de nós ainda representa o dever -e o orgulho- de se erguer contra o que não vai bem.
Que continuemos assim, marchando, sempre pra frente.

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